Caracterização do trombo venoso utilizando a ultrassonografia vascular – Cartografia Vascular

Caracterização do trombo venoso utilizando a ultrassonografia vascular

Assim que o trombo identificado, a próxima etapa consiste em tentar reunir alguma informação sobre seu grau de fixação e a probabilidade de embolização, em outras palavras, de forma genérica quanto mais novo é o coágulo, maior será a probabilidade de embolizar. Como você pode imaginar, essa é uma tarefa bastante difícil e não uma ciência exata, entretanto existem pistas para a idade e a estabilidade de um trombo. 

Características geralmente associadas com coágulo agudo são: 

 

  1.  Trombo levemente ecogênico (hipoecóico)
  2.  Trombo mal fixado
  3.  Trombo de textura esponjosa
  4.  Veia dilatada ( quando totalmente obstruída)

 

Características geralmente associadas a um coágulo crônico são:

 

  1.  Trombo altamente ecogênico (hiperecóico).
  2.  Trombo bem fixado.
  3.  Trombo de textura rígida.
  4.  Veia contraída ( se tiver totalmente obstruída).
  5.  Colaterais  dilatadas.
  6.  Espessamento das paredes das veias.

 

 Trombo agudo

 

 Quando um trombo se formou recentemente, é fracamente ecogênico. Quase invisível, quando o coágulo é agudo, pode ser detectado pela limitação da compressão da veia e pela presença de um bordo fracamente visível . 

 O examinador experiente detecta pontos e ecos fracos dentro da veia e observa dificuldade na compressão. trombos nesse estágio apresentam uma textura extremamente esponjosa vivo de modo que a veia se transformará com a compressão pelo transdutor (embora sem permitir o colapso completo).

Os trombos nesse estágio de formação podem fixar-se na parede da veia através de uma pequena área, com o restante do coágulo se assemelhando a uma cobra que se move para frente e para trás com a corrente sanguínea (TVP livre flutuação).

 O fato desses coágulos mal fixados apresentarem maior probabilidade de se soltar parece lógico, embora essa conclusão aparentemente óbvia não seja universalmente aceita.

Quando um coágulo novo obstruir totalmente uma veia, pode continuar a se dilatar conforme a veia complacente luta para se manter patente (porque às vezes tem capacidade de se dilatar várias vezes, pois servem de área de armazenagem para o sangue). Eventualmente, a veia perde a batalha, e o trombo contido distende até seu limite máximo, isso faz com que o coágulo se posicione no plano transverso da ultrassonografia venosa com doppler. 

 

Trombo crônico

 

 Com o passar do tempo, pode ocorrer a dissolução completa do trombo. entretanto, na maioria dos casos, os trombos clinicamente significativos vão se tornando mais sólidos à medida que envelhecem (já que a rede de trombina faz com que os componentes líquidos saiam do trombo, restando os componentes sólidos).

Assim, os coágulos mais antigos serão firmes (eles não se deformaram com a pressão do transdutor como os coágulos mais novos). Eles também serão mais ecogênicos. Quanto maior for a duração de um trombo sem a formação de um novo coágulo, mais bem fixado ele estará a parede da veia e, representa a menor probabilidade de embolização para circulação pulmonar.

Um coágulo que causa obstrução venosa completa geralmente produz distensão venosa, mas, conforme o quadro vai envelhecendo, contrai-se, juntamente com a parede da veia no processo de cicatrização, a veia vai se tornando cada vez menor. Presente durante anos se tornará tão pequena e contraído como será difícil detectar o envelhecimento do coágulo, levando a se misturar com tecidos vizinhos, esses quadros estáveis e crônicos não apresentam mais riscos de se soltar.  

Se o coágulo não obstruir completamente a veia ele se fixará na parte da parede da veia enquanto o fluxo se move através do canal residual. O tronco contido encolhe à medida que vai envelhecendo, a fim de preencher cada vez menos a veia (recanalização). eventualmente ele aparecerá na ultrassonografia com uma cicatriz altamente ecogênica ao longo da parede da veia ou dentro  do seu lúmen, seus bordos se tornaram irregulares. Geralmente o coágulo residual se assemelha a uma corda presente dentro da veia.

Outra observação é a maior presença de grandes vasos colaterais à medida que o coágulo envelhece. A observação de colaterais dilatadas é um indicador confiável de um problema crônico. 

O ultrassonografista  que acrescenta essas observações de seus laudos fornece informações valiosas ao médico assistente, que, em geral, ao combinar com as informações clínicas, vai prescrever o tratamento apropriado ao paciente.

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